"É uma tristeza. Intelectuais, jornalistas e acadêmicos estão fazendo debate em cima de um filme pirata. É muito estranha a ética brasileira."
A frase acima, publicada em matéria da CartaCapital de 12 de setembro, é de Marcos Prado, produtor do primeiro filme nacional a ter vazado – primeiro nas ruas do centro do Rio de Janeiro e na internet – antes de sua estréia oficial, que seria em novembro, agora antecipada para 12 de outubro.
Não bastasse isso, Tropa de elite é um dos longas mais caros já produzidos no Brasil, com orçamento de R$ 10,5 milhões. Trata do espinhoso e nunca esgotado tema da guerra particular que o Rio de Janeiro observa com medo e uma grande carga de preconceito nos últimos 30 anos, entre a polícia e o narcotráfico. A situação afeta diariamente os moradores das regiões onde ocorrem os conflitos, respingando no asfalto e na classe média, que então aproveita para espernear, clamar por "justiça" e fazer passeatas vestida de branco na orla valorizada de Leblon e Ipanema, sempre bem registradas pela mídia.
Triste e estranho não é o debate que se faz sobre um fato consumado. Se a ordem da indústria cultural vem sendo subvertida há alguns anos com o avanço das novas tecnologias, é preciso analisá-las e debatê-las, em vez de simplesmente fingir que não existem e tratá-las como caso de polícia – e de cadeia. Triste e estranho seria tocar no assunto somente após o filme chegar às telonas.
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sábado, 22 de setembro de 2007
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