Ainda Orangotangos, de Gustavo Spolidoro, merece um brinde especial. Pela honestidade, pela técnica, pela trilha sonora, pela maestria em costurar tantas histórias sem se confundir, ou melhor, produzindo uma confusão belíssima, portoalegrense, cosmopolita, universal. Coroa e junkie rolam no tapete da sala, cheios de vida, amor, eufóricos de liberdade, bebendo perfume. Gordo psicótico aborda senhor de bengala, forçando-o a segurar enorme maço de papéis - originais de seu livro. Isso é lixo, diz o velho, que é convidado para festinha de quinze anos, onde se desenrola cena inusitada: homem portando granada ameaça a todos e grita para a aniversariante. JÁ ESQUECEU QUEM TIROU SEU CABACINHO!
Baseado em contos de Paulo Scott, o primeiro longa-metragem de Spolidoro mostra uma Porto Alegre viril, trágica e esquizofrênica. Uma panela de pressão no interior da qual fervem ambição, gênio, violência e japoneses desesperados. Mas, bah!, o feijão é muito bom. É brasileiro, guria. Tribrasileiro.
domingo, 23 de setembro de 2007
Para sempre orangotangos
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